Diferentemente do que o senso comum acredita, tenho alguns bons argumentos para desestabilizar sua crença de que o Ethereum realmente é descentralizado e como tende a piorar com o ETH 2.0. Vamos entender isso direito.
Full Nodes
Imagine a rede de uma Blockchain como uma grupo de computadores que possuem, de forma integral ou parcial, os registros dos blocos, utilizando um software que tem a capacidade de sincronizar essas informações. Porém a autoridade para gerar novos blocos fica a cargo de um único computador, ao qual damos o nome Full Node, por mais que o termo seja associado a um Node que possui o registro completo da Blockchain. Seletivamente, a rede escolhe uma máquina com essa autoridade de criação de blocos. No caso do Ethereum, esses Full Nodes pertencem ao nosso querido Vitalik Buterin. E não era para menos, já que ele idealizou e criou todo esse ecossistema junto com sua equipe. Por esse motivo em específico, estamos falando que ele tem o poder de simplesmente “desligar” a rede a qualquer momento, parando por completo a emissão de novos blocos, assim como foi feito recentemente na rede Solana. Esse motivo, por si só, já elimina a premissa de descentralização.
Hard Fork ETC
Em 2016, após a rede Ethereum ser hackeada no famoso episódio The DAO, em que foram roubados cerca de 50 milhões de Dólares, iniciou-se, então, uma grande discussão da comunidade com relação à reversão da rede para um período anterior ao roubo. Obviamente esse tipo de discussão não seria possível se a rede não tivesse mecanismos para ser desligada e formas de alterar a Blockchain para eliminar as transações do roubo. Uma parte da comunidade foi contra manipular os registro da Blockchain, criando, assim, um novo Full Node e dando origem ao Ethereum Classic (ETC), para onde uma boa parte dos Nodes e Mineradores da época migraram. Os que concordaram com o desligamento da rede e manipulação dos dados permaneceram na rede ETH. Perceba que, se existe alguém com poder para parar e alterar uma Blockchain, como é que fica, então, o “descentralizado”? Estamos falando que, caso um governo ou ação judicial exija o desligamento da rede ETH, isso seria possível? Sim! Possivelmente outro Node seria eleito o principal e a rede voltaria ao seu funcionamento normal em algumas horas ou dias, mas perceba o quanto isso é perigoso.
ETH 2.0
O que eu acredito ser a parte mais “descentralizada” do ETH e que, de certa forma, cria certa segurança no ecossistema, no meu ponto de vista, é o fato da rede atualmente rodar com base no Proof Of Work, por que, honestamente, um controle Estatal ou intervenção judicial direto na rede teria um efeito irrisório atualmente. Como citei anteriormente, outro Node seria eleito o principal e a rede permaneceria intacta. MASSSSSSS… Com o Proof Of Stake, passamos de uma validação de blocos em processamento via hardwares especializados superpotentes, com altos custos de manutenção e energia, parar um oligopólio de grandes carteiras, que passam a ser autoridades de validação da rede em uma espécie de poupança, beneficiando as “grande baleias” que podem se dar ao luxo de manter grandes quantidades de ETH em Staking, eliminando pequenos mineradores, que tem sua subsistência de recompensas derivadas da disponibilização de GPUs ou ASICs para mineração da rede.
Como já falei desse tema em vários posts, vou deixá-los fixados mais uma vez aqui, para não chover no molhado.