Esse título parece uma sopa de letrinhas, mas vamos explicar passo a passo o que tudo isso significa.
DeFi
Quem vem acompanhando os artigos que tenho postado, falando sobre o ecossistema do Ethereum e Proof of Stake, já está um pouco mais integrado no assunto, mas, para quem ainda não teve a oportunidade, vou deixar fixado dois posts importantes sobre o tema:
Ok, então você já entende como funciona o protocolo do Ethereum, Smart Contracts e tudo mais, mas o que são DeFi? São serviços criados utilizando Blockchain e Smart Contracts para simular serviços fornecido, em sua grande maioria, pelos bancos, como empréstimos, financiamentos, seguros, consórcios, etc.
Boa parte desses serviços DeFi foi fundamentada usando como base a rede Mainnet do Ethereum e um tipo que vem chamando atenção nos últimos dias são os serviços de Stake baseados na implementação do ETH 2.0.
Perceba que criar uma rede de Stake requer uma série de carteiras concentrando uma grande quantidade de Ethers para criar Nodes. Para isso, várias Exchanges e DeFi criaram serviços prometendo lucros gigantescos para quem mantiver suas moedas travadas até um determinado período ou até o lançamento do ETH 2.0. Acredito que existe uma expectativa por parte destas que haverá uma super valorização da moeda no momento em que for, de fato, realizada a migração para a rede Beacon.
Porém, em testes recentes, a rede Beacon quase sofreu um Hard Fork quando foi criada uma ramificação de 7 níveis que, segundo o próprio Vitalik Buterin, seria o máximo de níveis que a rede ainda suportaria realizar uma reorganização sem necessidade de um reset ou intervenção direta via Full Node, como ocorreu no caso da Rede Solana. Consequentemente existe uma grande possibilidade de essa migração ser novamente adiada, colocando em risco real os serviços DeFi programados para libera os fundos na primeira data prevista para lançamento do ETH 2.0, que era inicialmente dezembro de 2020.
Para piorar, o ETH sofreu uma desvalorização no último ano de quase 40%, sendo assim, caso haja liberação das moedas que estão em Stake com promessas de lucros em um momento em que o Ether sofre uma grande queda, a liquidez das reservas existentes no contrato da DeFi secará rapidamente e, como consequência, existe a possibilidade que os próximos “saques” não possam ocorrer por falta de saldo no contrato.
Lido Staked
Um sinal dessa quebra de confiança e consequentemente uma possível perda de liquidez é o protocolo Lido, com o qual é possível criar Stake para ETH, Solana, entre outros. Ao criar uma ordem de Stake, você recebe em sua carteira o token stETH, teoricamente pareado em ETH, portanto, à medida que os prazos do contrato forem se cumprindo, os tokens vão sendo liberados para saque. Porém a paridade do stETH com relação ao ETH não se manteve e analistas especulam uma queda de 50% na paridade, assim como aconteceu com Terra Luna e UST. Vou deixar alguns links sobre o tema:
Ethereum: StETH stablecoin ameaçada de colapso; novo ciclo baixo à vista
Contágio de DeFi? Analistas alertam para ‘Staked Ether’ despareado com Ethereum em 50%
Conclusão
Os recentes problemas apresentados pelo algoritmo de PoS, tanto no ETH quando em redes semelhantes, somados a todos os outros problemas de centralização e interesses pela migração, tornam cada vez mais a rede ETH instável, com possíveis perdas de liquidez em curto prazo, podendo, ainda, piorar na medida em que a rede caminha a cada dia para o PoS. Eu honestamente não acredito em um colapso tão grande como ocorreu no UST, pela quantidade de aplicações que demandam da saúde da rede. Mesmo assim, minha previsão para essa migração é bem sólida: vai dar merda!