Quem opera na Mainnet do ETH sabe dos problemas de instabilidades que temos, tornado as transações absurdamente caras em períodos de alta demanda. Por isso, serviços como a BNB e Polygon têm atraído muitos desenvolvedores a criarem soluções que utilizam a mesma tecnologia do ETH, mas com custos reduzidos e maior velocidade de transações. Vamos falar dessas novas features que estão sendo implementadas pelo ETH 2.0.
Rollups
O conceito é relativamente simples: ao invés de mandar individualmente transações pelos métodos convencionais, sua aplicação passa por uma rede intermediária, que vai condensar uma série de transações em uma única ordem, reduzindo, assim, o custo da operação. Porém, para que seja possível essa operação, estamos delegando a validação na rede principal a um sistema secundário, adicionando um intermediário no processo. Para que esse procedimento seja consolidado de fato na Mainnet, existem dois processos de validação, os Optimistic Rollups e ZK Rollups.
No caso do Optimistic Rollups, as transações enviadas pela rede secundária passam por um período de contestação de 7 dias, em que validadores da rede principal podem contestar as transações enviadas, rejeitando a consolidação dos dados. Automaticamente, ao serem rejeitadas, a segunda rede precisa reverter as operações. No caso de Rollups por algoritmos de ZK (Zero Knowledge Proof), a consolidação é imediata, mas consome mais recursos dos validadores para verificar e autenticar cada transação. Vou deixar um vídeo sobre o tema do Mercurius Crypto.
Shards
Quem já trabalhou com sistemas de dados distribuídos, como o Elastic Search, está familiarizado com o termo. Shards é uma forma de desmembrar os dados em vários computadores ou redes, à fim de otimizar a pesquisas e consolidação. Portanto nesse novo sistema, o ETH manteria não apena uma rede, mas várias redes interligadas, que armazenam parte da Blockchain e os usuários precisaríamos definir uma dessas redes para ser a porta de acesso aos ativos e Smart Contracts.
O ponto questionável desse processo é que a identificação dessas redes utilizaria carteiras diferentes por uma questão de segurança, próximo ao sistema de múltiplas assinaturas do Bitcoin, mas ainda não está claro como manter custódia e ou gerenciar milhares de carteiras de diferentes redes para criar uma aplicação utilizando Shards. Obviamente é um cenário caótico quando falamos de aplicação prática e ainda pior para usabilidade do usuário final, que mal está acostumado com a Metamask para assinar suas transações. Vou deixar também um vídeo sobre o tema:
Inviabilidade do ETH 2.0
Além de todos os aspectos de centralização do PoS já comentados nesse blog, em termos tecnológicos, parece que os desenvolvedores, ao procurarem formas de resolver problemas de escala, estão complicando ainda mais a vida de quem de fato está criando soluções usando esse ecossistema. Eu considero já há algum tempo um tiro do pé tudo que está sendo feito, e me questiono frequentemente se, de fato, o Ethereum vai manter sua posição como a segunda criptomoeda mais valiosa do mercado, mesmo sendo base da maior parte das aplicações baseadas em Smart Contracts atualmente.